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MPT-SE realiza audiência pública com municípios que têm maiores índices de trabalhadores resgatados em condição análoga à escravidão

O Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE) realizou uma audiência pública voltada para conscientização e capacitação da rede de atendimento às vítimas do trabalho escravo com representantes de municípios sergipanos. Foram convidados os cinco municípios com maiores índices de trabalhadores resgatados e três municípios que tiveram flagrantes nos últimos dois anos.

Dados do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, apontam que trabalhadores oriundos de Canindé, Estância, Monte Alegre, Poço Redondo e Porto da Folha foram as maiores vítimas do trabalho escravo em outros estados. Dos 291 casos de resgate de trabalho análogo à escravidão, 168 são oriundos desses municípios, ou seja, 57% das ocorrências.

De acordo com o procurador do Trabalho Manoel Adroaldo Bispo, uma das motivações para a audiência é a necessidade, percebida pelo MPT, de acolher a vítima do trabalho escravo após o resgate. “Não basta apenas realizar o resgate, muitas vezes a vítima exposta ao trabalho análogo à escravidão tem vergonha de voltar para casa, ela enfrenta dificuldades após a lesão psicológica e moral sofrida. E a nossa proposta é fazer esse acolhimento juntos, e, em parceria com os municípios, dar uma assistência completa ao trabalhador”, explica.

A audiência contou com a apresentação do Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas de Trabalho Escravo no Brasil, expondo como os profissionais devem agir durante o momento da denúncia ao planejamento, do resgate e do pós-resgate. Estiveram presentes representantes dos municípios de Canindé de São Francisco, Capela, Estância, Maruim, Nossa Senhora das Dores e Poço Redondo.

Dados em Sergipe

Entre os anos de 2003 e 2021, cerca de 291 sergipanos foram resgatados do trabalho análogo à escravidão, sendo que 50 residiam no município de Poço Redondo, que conta com os maiores índices de resgate. No estado, a maioria das vítimas são do sexo masculino, com idade entre 18 e 24 anos, e 36% estudaram apenas até o 5º ano, o que aponta para um baixo nível de escolaridade entre as vítimas. No momento do flagrante as ocupações mais frequentes eram de servente de obras (28%), pedreiro (28%) e trabalhador agropecuário (14%).

Ascom MPT-SE

 

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