ESTUDANTES E PROFESSORES RECEBEM PRÊMIO MPT NA ESCOLA

Uma cerimônia marcada pela alegria e emoção, assim foi a entrega do Prêmio MPT na Escola 2022, etapa estadual. A solenidade ocorreu na Biblioteca Pública Epifânio Dória, em Aracaju, na última terça-feira, 11. A data da premiação foi escolhida por anteceder o Dia das Crianças e ser na mesma semana em que é comemorado o Dia do Professor, de forma a homenagear as duas estrelas do dia: alunos e professores. Estiveram presentes na premiação representantes do Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) e das diversas Secretarias Municipais de Educação participantes.

Computadores, tablets e celulares foram entregues aos alunos e professores que se dedicaram a produzir trabalhos sobre prevenção e combate ao trabalho infantil e aprendizagem profissional. Foram premiados os três primeiros colocados de cada categoria (conto, desenho, música e poesia), dos dois grupos participantes. O primeiro grupo foi formado por estudantes dos 4º e 5º anos, já o segundo foi composto pelas turmas de 6º e 7º anos. Todas as escolas participantes receberam um selo de agradecimento do MPT-SE, para reforçar a importância que a escola tem no combate ao trabalho infantil e na efetivação dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes.

Durante a cerimônia, a animação era contagiante, os vencedores receberam os prêmios sob aplausos incessantes vindos da plateia. Um dos alunos que experienciou esse momento foi Abel Deivid Nascimento, da Escola Municipal Dorijan dos Santos, localizada no município de Estância. Abel participou do segundo grupo e ficou em primeiro lugar na categoria música. Após receber o prêmio, o aluno relatou sua felicidade, “é muita satisfação, muito gratificante, essa foi a primeira vez que escrevi uma música, estou muito surpreso e grato”. Segundo Abel, durante o processo ele adquiriu novos conhecimentos que serão levados para a vida, “aprendi que é muito importante a gente zelar pela liberdade da criança e não dar a elas atividades que elas não devem exercer, para que elas tenham uma vida tranquila e saudável, uma vida de criança, com liberdade de criança”.

A plateia contava com alguns pais e familiares dos alunos, que prestigiaram a premiação. Josefa Tenório acompanhou sua filha, Lorrany Tenório, 1º lugar na categoria Conto, do segundo grupo. Durante a entrega do prêmio a mãe não conseguiu conter as lágrimas e, emocionada, relatou seu orgulho, “eu estou muito feliz por ela, esse prêmio representa esperança para as crianças que não podem estudar. Incentiva os pais e parentes que não tiveram esse privilégio”, expõe Josefa.

Os professores que orientaram os trabalhos também foram premiados e não escondiam a felicidade. Cleide Selma Oliveira, que leciona na Escola Municipal Manoel Ricardo dos Santos, em Pacatuba, orientou quatro dos trabalhos vencedores e relata os aprendizados. “Nós vimos que sim, é possível combater o trabalho infantil. Através desse projeto muitas famílias foram impactadas, porque na nossa comunidade acontecem alguns casos de trabalho infantil, como um irmão deixar de ir para a escola para cuidar do irmãozinho menor. Isso foi um choque para a realidade deles e fez com que os pais despertassem para a importância desses jovens estarem na escola, pois nada pode impedir o desenvolvimento deles em sala de aula”, conclui a professora.

Para o superintendente executivo da Seduc, José Ricardo Santana, a educação não se faz apenas com um ente, sendo preciso trabalhar em parceria para ressaltar o papel da escola, “esse evento mostra a relevância que tem a escola. Quando a gente fala de trabalho infantil, o quanto macula a imagem das gerações e traz prejuízos, a gente tem que expor também, que, por outro lado, a escola é muito importante”, afirma.

“O MPT na Escola é um projeto relevante, assumindo o papel de estimular a participação das crianças, dos adolescentes, suas famílias, professores e demais integrantes da comunidade escolar na prevenção e combate ao trabalho infantil, conscientizando sobre a ilicitude e os perigos da exploração do trabalho infantil e apontando o caminho dos estudos e da aprendizagem profissional”, acrescentou o procurador do Trabalho Raymundo Ribeiro, que levanta a bandeira da proteção à infância e à adolescência.

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