TERCEIRIZAÇÃO E SUAS REPERCUSSÕES É TEMA DE DEBATE
Discriminação, salários inferiores e más condições de saúde e segurança, são alguns dos prejuízos aos quais o trabalhadores terceirizados são, geralmente, submetidos. Tais problemas ocasionam o aumento do número de acidentes de trabalho e o adoecimento desses trabalhadores. Preocupados com as repercussões da terceirização na saúde e segurança do trabalhador, foi realizada na manhã desta segunda-feira, 25, no auditório do Tribunal Regional do Trabalho em Sergipe, a II Conferência Estadual sobre Terceirização das Relações de Trabalho.
Para o conferencista do evento, o professor da Unicamp e doutor em sociologia do trabalho, Ricardo Antunes, vivemos hoje em dia uma "epidemia da terceirização". Segundo o mesmo, "antigamente se media o tamanho de uma empresa pela quantidade de trabalhadores que tinha em seu quadro. Atualmente, esse tamanho é medido pelo máximo que ela pode produzir com menos funcionários", relata.
Já o procurador do Trabalho, José Adilson Pereira da Costa, painelista da conferência, falou das diferentes implicações do trabalho terceirizado, informando que "a carga horária diária do trabalhador terceirizado é de, em média, três horas a mais que a de um empregado contratado diretamente. Além disso, o número de acidentes é maior e seus resultados mais graves quando a vítima é um terceirizado". O procurador citou ainda os setores elétrico, construção civil e exploração de petróleo, como grandes contratantes hoje em dia de serviços terceirizados.
O evento, que contou com a participação de profissionais da área jurídica, trabalhadores, empresários e demais interessados no tema, é uma iniciativa do Grupo de Trabalho Interinstitucional da 20ª Região, Getrin20. Na ocasião, foram discutidas a Nova Morfologia do Trabalho, a Visão do Ministério Público do Trabalho sobre a Terceirização e Segurança do Trabalhador, as Repercussões da Terceirização na Saúde e Segurança do Trabalhador. A conferência contou ainda com a palestra do juiz da 8ª Vara do Trabalho de Aracaju Alexandre Manuel Pereira, que discutiu sobre o último tema citado acima.