INSTITUIÇÕES REALIZAM AÇÕES DE COMBATE AO TRABALHO INFANTIL NAS FEIRAS LIVRES DA CAPITAL
27 adolescentes foram flagrados em condição de trabalho infantil.
O Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), o Ministério Público de Sergipe (MP-SE), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente (Fepeti), a Secretaria de Assistência Social de Aracaju (Semfas) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SE) realizaram ações de conscientização sobre os prejuízos causados pelo trabalho infantil nas feiras livres do Conjunto Castelo Branco e do Conjunto Bugio. Durante as ações realizadas nas duas feiras, 27 adolescentes foram flagrados, pela fiscalização do Trabalho, sendo submetidos ao trabalho infantil. Os adolescentes identificados fizeram um cadastro para que possam ser inseridos no programa de aprendizagem profissional. A ação contou ainda com a distribuição de camisas da campanha “Feira Livre de Trabalho Infantil” e material impresso educativo.
De acordo com o auditor-fiscal do Trabalho e chefe do setor de fiscalização do Trabalho, Ricardo Severo de Almeida, existem vagas de aprendizagem suficientes para os adolescentes que foram encontrados em situação de trabalho infantil nas duas feiras. Serão priorizados os jovens de 14 a 17 anos que estejam matriculados. “Temos vagas para os adolescentes que identificamos, entretanto, o programa tem como requisito estar estudando. Na feira do Castelo Branco, por exemplo, o maior problema encontrado foi que a maioria não está estudando”, lamenta o auditor.
Para a coordenadora do Fepeti-SE, Verônica Oliveira, “o trabalho infantil é uma realidade ainda muito presente na sociedade brasileira, que transfere para os adolescentes a responsabilidade de proverem a família e que acaba muitas vezes impactando nos resultados educacionais e futuro profissional dos adolescentes”. Ela ressalta a importância de ações educativas. “Essa campanha de sensibilização, identificação desses adolescentes para o cadastro e o fornecimento de uma política de aprendizagem é uma alternativa que visa garantir direitos para esses adolescentes. O benefício é para além das feiras livres e para além do trabalho infantil”, explica Verônica Oliveira.
De acordo com a gerente de Média Complexidade da Secretaria Municipal da Família e Assistência Social, Vanessa Garcês Santana, é importante sensibilizar a sociedade para que entendam os prejuízos do trabalho infantil, sejam multiplicadores do combate e denunciem os casos de exploração. Ela espera que aumentem os números de notificações sobre o trabalho infantil e acredita que os dados não refletem a realidade. “Sabemos que a realidade de crianças e adolescentes no trabalho infantil é bem acima dos dados que temos, eles não refletem a realidade, por isso estamos fazendo intervenções nos estabelecimentos comerciais na zona sul e zona norte de Aracaju, bem como sensibilização e distribuição de material informativo com os números para denúncia”, destaca Vanessa Garcês.
Segundo o procurador do Trabalho Raymundo Ribeiro, diversas ações estão sendo executadas com o intuito de combater o trabalho infantil e a campanha nas feiras foi ainda mais valiosa por reunir diversas instituições em prol de uma mesma causa. “É muito importante a atuação conjunta dos diversos órgãos de proteção, tendo em vista que cada um possui uma competência específica para que todos consigamos erradicar o trabalho infantil e propiciar a experiência de aprendizagem profissional a partir dos 14 anos’, finaliza.
Ascom MPT-SE