Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil completa um ano de funcionamento

Unidade foi construída e equipada com destinações da Justiça do Trabalho, MPT-SE e MPSE

O Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil (CRAI) completou um ano de funcionamento em Sergipe nesta quarta-feira (6). Este é um espaço dedicado ao atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual de todos os municípios do Estado. Sua existência é fruto de uma ação conjunta do Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), Ministério Público de Sergipe (MPSE) e da Justiça do Trabalho, que destinaram recursos judiciais provenientes de indenização por dano moral coletivo, para a construção do Centro em área anexa à Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), em Aracaju.

Antes da implementação do CRAI em Sergipe, não havia articulação entre os órgãos envolvidos. Os serviços médicos de atendimento a esse público funcionavam na MNSL desde 2004, e a assistência era voltada apenas à saúde física, como prevenção às infecções sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada.

A instalação do espaço foi pensada tanto para evitar a revitimização, quanto para que o atendimento se tornasse integral e mais completo. Atualmente, serviços de saúde física e mental são ofertados gratuitamente. O espaço permite a alocação de salas específicas para registro de BO, acolhimento biopsicossocial e atendimento ginecológico.

Este ano, mais de 4.800 atendimentos foram ofertados a crianças e adolescentes. Um aumento expressivo em comparação ao ano passado, quando a unidade registrou pouco mais de 3.300 atendimentos. Na unidade, é possível registrar boletim de ocorrência policial e perícia médica, além de passar por avaliação clínica até o encaminhamento para o tratamento terapêutico na rede de saúde do município de origem.

Equipe do CRAI já realizou mais de 4800 atendimentos em 2023
Equipe do CRAI já realizou mais de 4800 atendimentos em 2023

Segundo o Procurador do Trabalho Emerson Albuquerque Resende, coordenador do projeto ao lado da Procuradora de Justiça Maria Lilian Carvalho, a mudança promoveu humanização. “O CRAI Sergipe transformou o atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Hoje, há maior humanização e agilidade no atendimento, por isso, o MPT sente-se honrado em fazer parte da história de implementação”, afirma.

Sentimento compartilhado também pela Promotora de Justiça Lilian Carvalho, que acompanhou todo o processo até que o CRAI se tornasse uma realidade. "Foi uma caminhada de longos anos. Esse modelo que nós temos aqui, em Aracaju, era um desejo da rede de proteção às crianças e adolescentes sonhado desde 2003. Sempre fazíamos tentativas, mas esbarrávamos em questões de recursos, de espaço e funcionamento, até que convidamos o MPT-SE a conhecer o projeto. Depois de uma intensa mobilização e construção coletiva, foi criado esse espaço para atender às vítimas de violência sexual", destaca a Promotora.

Lourivânia Prado - Coordenadora do CRAI
Lourivânia Prado - Coordenadora do CRAI

O CRAI Sergipe é o primeiro da região Norte/Nordeste e seu objetivo é trazer cada vez mais articulação e integração das ações de atendimento e prevenção para o público infantojuvenil. “O MPT e o MPSE fortalecem o CRAI desde a sua criação. As doações de equipamentos e brinquedos, além da assistência garantida aos profissionais, fortalecem grandiosamente esse serviço na sociedade sergipana. São órgãos que enxergam as nossas crianças como vulneráveis sociais, e colaboram para que danos psicológicos, emocionais e físicos enfrentados sejam reparados”, ressalta Lourivânia Prado, coordenadora do CRAI-SE.

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