• Procuradorias
  • PRT Aracaju
  • Campanha Vidas Livres: ações promoveram conscientização contra o tráfico de pessoas em Aracaju

Campanha Vidas Livres: ações promoveram conscientização contra o tráfico de pessoas em Aracaju

Em agosto, iniciativa continua no interior sergipano

Foram seis dias de ações em locais públicos, com ampla adesão de sergipanos e turistas. A Campanha Vidas Livres, realizada pelo Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), Instituto Social Ágatha e Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo em Sergipe (COETRAE/SE), levou conscientização contra o tráfico de pessoas a rodoviárias, Mercados Centrais, Universidade Federal de Sergipe e Orla de Atalaia. O procurador do Trabalho e coordenador regional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete), Adroaldo Bispo, enfatizou a adesão da população. "Percebemos a aceitação e participação direta da população como um todo, muitos indagando, inicialmente, se realmente o tráfico de pessoas existe, e depois se comprometendo a ter cuidado, a observar e denunciar situações suspeitas às autoridades locais", destacou.

Através do teatro e da música, a mensagem de alerta sobre as propostas encantadoras, usadas pelos traficantes para chegar às vítimas, foi transmitida à sociedade. O Grupo Cultural Raízes Nordestinas, do município de Poço Redondo, apresentou ao público a canção “Repente da Liberdade”, composta por Nino Karvan, e a peça teatral “Mais vale ser passarinho seguro no seu ninho, do que voando à toa, perdido, sem ter caminho”, com texto do produtor cultural e dramaturgo Raimundo Venâncio. O objetivo foi utilizar uma linguagem simples para mostrar às pessoas que o tráfico humano ainda existe.

As ações aconteceram no corredor das flores dos Mercados Centrais, nos Terminais Rodoviários Luiz Garcia e José Rollemberg Leite, na Reitoria e Colégio de Aplicação da UFS e no Riomar Shopping. Além das apresentações, as equipes envolvidas na campanha distribuíram panfletos, camisas e realizaram uma pesquisa sobre o tema. Valéria Chapman, vice-presidente do Instituto Social Ágatha, afirmou que o objetivo da campanha foi cumprido. "Muitas pessoas foram alcançadas. Vimos no rosto do sergipano o orgulho de ser alcançado e entender sobre um assunto pesado através de uma forma leve, através da nossa cultura, arte e linguagem", comentou.

A campanha se preocupou com a acessibilidade e todas as apresentações contaram com a participação da intérprete de libras Raquel da Silveira, para garantir que a mensagem chegasse sem barreiras. Durante as apresentações, o público tinha a oportunidade de interagir com os músicos e atores. A mestre da cultura popular em Sergipe, Nadir da Mussuca, acompanhou uma das apresentações nos Mercados Centrais. "Eu achei a apresentação maravilhosa. Se eu pudesse, teria acompanhado todos os dias, porque falar a verdade é preciso. A campanha é maravilhosa, a mensagem me tocou muito e tenho certeza que vai alcançar Sergipe todo", ressaltou.

O argentino Martín Alvarez, que acompanhou as apresentações no Terminal Rodoviário José Rollemberg Leite, demonstrou apoio à campanha. "Essa situação se repete em todos os lugares. É uma coisa que a gente tem que ter na consciência e tomar muito cuidado. Então, por favor, vamos apoiar essas iniciativas", disse. O presidente em exercício da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo em Sergipe (COETRAE/SE), Aldo Vasconcelos, expressou o desejo de multiplicar a mensagem. "Essa é uma campanha que a gente espera que seja multiplicada, que conscientize o maior número de pessoas possíveis, porque é uma coisa que existe. O tráfico de pessoas está aí e é algo mais comum do que as pessoas imaginam", declarou.

Ações continuam

A próxima etapa da campanha vai chegar à população do interior sergipano. Em agosto, mês dedicado ao folclore, as apresentações culturais e ações de conscientização serão levadas a quatro cidades do sertão. “De 22 a 26 de agosto, iremos aos quatro municípios com maior registro de trabalhadores resgatados em situação de escravidão aqui em Sergipe, que são: Canindé de São Francisco, Monte Alegre, Poço Redondo e Porto da Folha”, finalizou o procurador Adroaldo Bispo.

Imprimir