MPT-SE participa de Seminário sobre Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas no TRT/SE
Procurador do Trabalho Adroaldo Bispo foi um dos palestrantes do evento
O trabalho escravo contemporâneo e o tráfico de pessoas foram discutidos em um seminário promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (TRT/SE) nesta sexta-feira (11). A vice-procuradora-chefa do Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), Clarisse Farias Malta, participou do evento e destacou a importância de discutir o tema. “Apesar dos avanços, nós ainda nos deparamos com essas graves violações a direitos trabalhistas e humanos. Uma atuação articulada, de rede, ampliando a análise do problema à luz de outras perspectivas e envolvendo diversos atores é essencial para o enfrentamento dessas questões, pois juntos poderemos ter um maior fluxo de informações, o que permitirá, inclusive, a adoção de medidas e políticas públicas mais efetivas e inclusivas”, afirmou a vice-procuradora.
O desembargador do TRT/SE, Josenildo dos Santos Carvalho, fez a abertura do seminário e ressaltou a atuação conjunta das instituições que compõem a teia protetiva. “Somente com os esforços coordenados das instituições, poderemos acabar com a prática do trabalho escravo e tráfico de pessoas no Brasil. Nós temos que formar uma nova sociedade, uma nova mentalidade, que deve começar nas escolas, para conscientizar a juventude. Não podemos mais admitir qualquer tipo de exploração ou discriminação”, pontuou o desembargador.
Diversas autoridades participaram do evento, entre elas o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Augusto César Leite de Carvalho, que abordou o cenário atual, onde persiste, no Brasil, a prática do trabalho escravo e tráfico de pessoas. O tema continuou em discussão com a palestra da sindicalista e ativista Creuza Maria Oliveira, que trouxe a luta das trabalhadoras domésticas por um trabalho digno. O padre e professor universitário Ricardo Rezende Figueira foi outro palestrante do seminário e falou sobre a realidade da escravidão no campo e na cidade.
Rede de atendimento
Mas o que acontece com as vítimas do trabalho escravo e do tráfico de pessoas após o resgate? Esse foi o tema da palestra do procurador do Trabalho Adroaldo Bispo, que explicou a importância de uma rede de atendimento nos municípios. “Em Sergipe, convidamos as cidades com maior registro de trabalhadores resgatados. O município de Canindé de São Francisco foi o que apresentou o fluxo de atendimento às vítimas de trabalho escravo e tráfico de pessoas”, pontuou o procurador.
Prevenção
Durante a palestra, o procurador Adroaldo Bispo falou sobre ações preventivas, a exemplo da implementação da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo em Sergipe (COETRAE-SE), capacitação de equipes técnicas de Saúde, além da realização de campanhas educativas e necessidade de uma atuação conjunta. “O Estado de Sergipe não está parado. Mas precisamos de uma maior articulação entre as instituições. Sozinhos, não vamos conseguir. Vamos unir as mãos e dar à sociedade um serviço público eficaz e que atenda às reais necessidades”, frisou o procurador.
O desembargador do TRT/SE e gestor regional do Programa Nacional de Enfrentamento ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas e de Proteção ao Trabalho do Migrante, Jorge Andrade Cardoso, agradeceu a participação de todas as entidades e instituições. “Para combater essa chaga que ainda atinge o nosso país, o Estado tem que atuar firmemente. Mas cada um de nós, como cidadãos, tem esse dever, do olhar atento, de acabar com esse crime. Por isso é fundamental a participação de todos, para que a nossa atuação seja mais eficaz”, finalizou o desembargador.